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Paisagismo e Jardinagem |
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CONHECIMENTO - Desde o ano de 2000 preparando
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EROSÃO URBANA |
1. INTRODUÇÃO
O
termo erosão significa desgaste, sendo seus
principais agentes causadores a chuva e o vento (erosão eólica).
É um processo
natural de desagregação e ocorre desde os primórdios, contudo a ação
humana sobre o meio ambiente contribui pra aceleração do processo,
trazendo diversos prejuízos, tanto ao meio ambiente como de
desvalorização das terras. Além da ação do homem e dos agentes
atmosféricos - água, gelo, ventos - temos os seres vivos que atuam
sobre as rochas da superfície terrestre, causando seu desgaste e o
transporte e deposição do material desprendido. Assim estamos
formando um substrato de espessura variável onde podem crescer os
vegetais e desenvolver-se a vida, as raízes das plantas, ao penetrar
nas fendas e rachaduras superficiais, alargam-nas e contribuem para
o esfarelamento das partículas minerais, mas ao mesmo tempo essas
raízes servem para segurar o solo no lugar. Não havendo essa
cobertura, ou proteção, inicia-se o processo erosivo.
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Área desmatada e
degradada em processo de erosão do solo |
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Segundo Larios “Os processos erosivos são
condicionados basicamente por alterações do meio ambiente,
provocadas pelo uso do solo nas suas várias formas, desde o
desmatamento e a agricultura, até obras urbanas e viárias, que, de
alguma forma, propiciam a concentração das águas de escoamento
superficial.”(1)
“O
mais importante dos agentes da erosão é a água. Mais importante no
esculpimento da superfície terrestre é a ação mecânica da água
corrente. Logo após uma chuva torrencial, ou mesmo durante ela,
formam-se enxurradas de aspecto barrento, conforme a natureza do
solo, e os rios se tornam lamacentos. Em determinadas condições de
declividade e terreno, uma única chuva pode remover milhares de
toneladas de solo, principalmente se a área for desprovida de
vegetação. Esta, quando existe, desempenha ação moderadora sobre o
impacto da água com o solo, diminuindo sua velocidade e facilitando
sua penetração.
A
água de escoamento imediato forma o chamado filete de rolamento,
agente importantíssimo no esculpimento da superfície terrestre nas
regiões chuvosas. É a chamada erosão pluvial, responsável pelo
rebaixamento contínuo das encostas, que podem ou não encontrar-se
adjacentes ao vale de um rio, onde a erosão passa a ser denominada
fluvial. Quando as águas penetram com facilidade, em terrenos muito
permeáveis, verifica-se um solapamento subterrâneo com
desmoronamentos consecutivos, com formação de imensos rasgos no
terreno, o que constitui a forma erosiva denominada voçoroca. Nas
regiões mais íngremes dos rios, a erosão esculpe vales em forma da
letra V. Em regiões menos íngremes, o rio desgasta as concavidades
existentes nas curvas e, quando encontra rochas, seu trabalho
provoca a formação de cachoeiras. A água fluvial pode produzir ainda
a chamada erosão remontante, que cava profundos sulcos nas rochas,
denominados canhões.” (2) |
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Voçoroca causada
pela ação das águas - erosão
em garganta |
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A degradação de uma
área ocorre quando:
a)-
A
vegetação e a fauna são destruídas, removidas ou expulsas.
b)-
A
camada de solo fértil é perdida, removida ou coberta; afetando a
vazão e qualidade ambiental da água superficial ou subterrânea.
O
impacto da erosão manifesta-se através do assoreamento de cursos
d’água e de reservatórios. A erosão e o assoreamento trazem como um
de seus efeitos imediatos maior frequência e intensidade de
enchentes e alterações ecológicas que afetam a fauna e flora, bem
como a perda de capacidade de armazenamento de água nos
reservatórios agravando os problemas de abastecimento. Haverá em
consequência a alteração das características químicas, físicas e
biológicas da área, afetando seu potencial sócio-econômico. |
Convencionalmente, são estabelecidos três tipos principais de erosão
hídrica :
1. erosão superficial, também denominada laminar ou lavagem
superficial;
2. erosão em sulcos ou ravinas;
3. erosão em gargantas ou voçorocas.
Há, ainda, um tipo de erosão, a vertical, provocada pela infiltração
da água no terreno, mas
ocorre somente em alguns tipos de solos.
1. Erosão laminar ou lavagem superficial - é a remoção do
solo da camada superior do terreno.
A erosão superficial é constatada em áreas mesmo com pequeno grau de
declividade. Se medidas
de controle da enxurrada não forem adotadas pelo usuário, a ação
erosiva da água da chuva –
continuando a atuar no terreno – pode provocar o seu esgotamento ou
degradação.
Alguns agricultores e pecuaristas não percebem o desgaste dos
terrenos provocado pela
lavagem do solo; erroneamente, consideram natural essa remoção
laminar. Vários usuários, por
desconhecimento, admitem que as pedras crescem, sem atentar para o
fato de que foi a terra
arrastada que as deixou mais expostas.
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Encosta
degradada pelo desmatamento e pela
ação das águas pluviais - erosão laminar |
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Erosão e
assoreamento em leito de águas fluviais |
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2. Erosão em sulcos – Em função das características dos
solos, a enxurrada – atuando sobre
um terreno – pode formar sulcos. Em algumas encostas, a água que
escorre de pequenos sulcos
converge para outros, mais acentuados, formando no terreno uma
estrutura semelhante à mão.
Por isto, a erosão em sulcos recebe a denominação de erosão-em-dedos.
Alguns usuários,
quando os sulcos são desfeitos com a passagem de máquinas agrícolas
de preparo rotineiro do
terreno para semeadura, não se preocupam em adotar medidas que
reduzam ou eliminem esses
efeitos.
A causa básica, que pode ser controlada é o escorrimento da água da
chuva sobre o terreno,
evitando a erosão do solo. A terra retirada, que deu origem ao
sulco, foi transportada para
outro local. Com a continuação da ação da água da chuva, os sulcos
irão sofrendo um
aprofundamento e o terreno não mais será uniformizado. |
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Erosão
em gargantas ou voçoroca |
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3. Erosão em gargantas ou voçorocas – Se a enxurrada não for
controlada – a fim de que sejam eliminados os seus efeitos sobre
os terrenos – os sulcos irão se aprofundando, desgastando o
subsolo formando, então, as voçorocas. Portanto, a ocorrência
desse tipo de desgaste do terreno indica a perda total ou
parcial da sua fertilidade e, conseqüentemente, o seu valor
financeiro.
Os sulcos e as voçorocas dificultam ou mesmo impedem o trabalho
das máquinas agrícolas.
Há um outro tipo de voçoroca que não é formada pelo
aprofundamento de sulcos, mas originada pelo solapamento
provocado pela água que se infiltrou (subterrânea) e o
conseqüente desabamento e remoção da camada superior.
O usuário deve atentar para o tipo de origem da voçoroca, a fim
de planejar, com segurança, o método de seu controle.
Observação – A aradura, semeadura e cultivo no sentido
morro-abaixo facilitam a formação de sulcos e, por vezes, de
voçorocas. Também na pecuária, os animais – percorrendo trilhas
ou caminhos na direção da declividade da encosta – concorrem
para a formação das voçorocas.”(3) |
Para a recuperação das ruas degradadas
é preciso definir um plano que considere os aspectos ambientais,
estéticos e sociais permitindo a recuperação, ou pelo menos
contenção da erosão, de acordo com a destinação que se pretende dar
à área, ocasionando um novo equilíbrio ecológico.
O solo é um recurso natural básico, renovável se conservado e usado
devidamente. A erosão é uma das mais nefastas conseqüências do uso
inadequado do solo e o processo pode estar além dos limites da
recuperação natural, necessitando medidas de restauração.
O custo das obras corretivas para contenção das voçorocas é alto,
acrescido das despesas de recomposição de áreas urbanas degradadas,
edificações, arruamentos, obras viárias interrompidas pelos
problemas erosivos, principalmente no período das chuvas.
Para as ações governamentais necessitamos conhecer o estado da
erosão, seu impacto ambiental e o prognóstico de sua evolução com
base na definição da suscetibilidade dos terrenos. |
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Voçoroca e
assoreamento de rios |
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Dentre as principais
causas do desencadeamento da erosão nas cidades temos:
a)- Traçado inadequado
do sistema viário, agravado pela falta de pavimentação, guias e
sarjetas.
b)- Deficiência do sistema de drenagem de águas pluviais servidas.
c)- Expansão urbana descontrolada.
d)- Traçado das ruas perpendicular às curvas de nível, nas encostas
com declividade superior a 10%.
O controle da drenagem urbana deve fazer parte do plano diretor da
cidade, que deverá prever que qualquer novo empreendimento deve
manter as vazões naturais depois de implantado. |
A erosão urbana está diretamente relacionada com o
processo de rápida urbanização sem planejamento. Pode assumir
formas assustadoras destruindo a infra-estrutura urbana (ruas,
guias, sarjetas, redes de água e esgoto) e causando assoreamento
dos reservatórios e leito dos rios. A ocupação próxima às
ocorrências erosivas multiplica os riscos de acidentes e se se
tornarem áreas de despejo de lixo transformam-se em foco de
doenças.
É necessário estabelecer prioridades para as áreas de aplicação
de investimentos em obras corretivas, orientar a expansão
urbana, implantação de obras viárias que atravessem áreas
sujeitas à erosão e gerenciamento da drenagem urbana.
Outro aspecto a considerar é a presença de voçorocas rurais que
são aumentadas ou reativadas devido ao aumento das águas
pluviais de loteamentos implantados à montante das voçorocas.
Atingem assim os loteamentos, tornando-se urbanas.
As voçorocas são causadas pelo tipo de solo e pela ocupação
desordenada. Os estudos e projetos de reversão da problemática
contemplam obras como galerias de águas pluviais, implantação de
medidas preventivas e recuperação de áreas degradadas, incluindo
projetos paisagísticos. |
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