JAPÃO

 

Onde o paisagismo é uma das mais elevadas formas de arte.


Trabalho didático da aluna: Luciane Miyuki Sakakima Karoleski - da província de Yamanashi , 120 km de Tóquio, situada quase no centro do Japão, na ilha de Honshu, na região de Chubu.


Jardins Japoneses, o místico se alia a tradição e a espiritualidade.

Um país formado por um conjunto de ilhas de geografia montanhosa e onde habitam dezenas de vulcões ainda ativos, fontes termais, gêiseres e águas sulfuradas. O Japão possui as estações bem definidas, onde o clima reflete exatamente na vegetação japonesa, ou seja, é só olhar para as cores das folhas, ou para os canteiros públicos para saber a estação atual.
O jardim japonês possui um ar espiritual onde reina a harmonia e quem entra nesta atmosfera  tem a nítida impressão de estar num templo de  meditação. A espiritualidade está por toda parte e os seus elementos indispensáveis que representam a vida, proporcionam sensações de paz e tranqüilidade.

Outono - Saruhashi

A Arte do paisagismo no Japão é antiga e provavelmente originou-se da China e da Coréia muito antes do século VI. Para a cultura japonesa, o paisagismo é uma das mais elevadas formas de arte, pois, consegue expressar a essência da natureza em um limitado espaço, utilizando plantas, pedras e outros, de forma harmoniosa com a paisagem local.  monocromáticos e assimétricos, geralmente os jardins são organizados com contrastes como liso e áspero, horizontal e vertical, esbelto e volumoso, ou seja, estimulando a mente a encontrar  seu próprio caminho a perfeição.

Os jardins ou “niwa” forneceram o equilíbrio para a mente dos japoneses que procuravam desesperadamente a paz e a tranqüilidade durante o período dos conflitos que marcaram muito a história do país. 

O Acer vermelho modifica a paisagem de outono.

Os aspectos visuais como a textura e as cores, em um jardim oriental são menos importantes do que os elementos filosóficos, religiosos e simbólicos.   Estes elementos incluem a água, as pedras, as plantas e  os acessórios de jardim.
Ao  contrário do alegre festejo do Hanami - o florescimento do Sakura (flor-de-cerejeira), a visão da queda das folhas do Momiji-Gari, do Acer Vermelho revela um aspecto melancólico e reflexivo da personalidade japonesa; mas apreciar as cores da queda é tão importante quanto as do Sakura se abrindo.
O Sakura ou cerejeira ornamental é conhecido como a flor da Felicidade e assume um lugar importante na cultura e nos jardins japoneses. Nos meses de Março a Abril o povo festeja o Hanami para comemorar a floração da árvore com muitas festividades. Para o povo japonês esta festa tradicional não é apenas pela beleza do Sakura, mas é um legado para que as gerações mais jovens mantenham uma identidade e aprendam a importância de preservar o respeito e a espiritualidade. É, antes de mais nada, um momento para sair da introspecção invernal e se abrir para o mundo, de florescer o espírito, de festejar!

Visão noturna da florada do Sakura

LANTERNAS   DE  PEDRA - Um dos aspectos mais intrigantes dos jardins japoneses são as lanternas de pedra. Contam que elas eram usadas originalmente para iluminar as entradas dos templos para os Cerimoniais do Chá feito às escondidas de noite. Hoje, as lanternas de pedras são usadas como símbolo da tradição cultural e como elemento decorativo.

 

Lanternas em vários formatos e tamanhos. Essenciais ao jardim.

A lanterna de pedra é um elemento que induz à concentração, ajudando a clarear a mente, adicionando o místico, a tradição e a espiritualidade. 

Os pontos de luz são estrategicamente distribuídos para não ofuscarem a visão. Todas as lanternas têm os mesmos elementos básicos: telhado grande, um compartimento aberto e três ou quatro pernas, e sua simplicidade pode ser observada na textura rústica da  pedra.

PRINCÍPIOS   DO  ZEN
Os jardins de Zen datam do período Heian do Japão (794 a.c.) quando os budistas de Zen resolveram arquitetar jardins que lhes ajudariam a contemplar e compreender melhor os conceitos mais profundos da filosofia.  Para os budistas de Zen, o jardim é ponto ideal para meditação e a contemplação do mundo e da natureza em tamanho reduzido.

Transcendência do convencional, um princípio Zen que busca o surpreendente e o inusitado.

KOI  -  CARPA 
O “koi” conhecido no Brasil como carpa, é um símbolo da força e da coragem cujo colorido adiciona um movimento ao jardim japonês, ou seja, são a representação das flores vivas. Este peixe é considerado o “rei do rio’ e  é respeitado pela sua 

Carpas coloridas, movimentos graciosos no jardim japonês.

habilidade para nadar rio acima e pela determinação de superar obstáculos.
Os princípios da filosofia Zen nos ajudam a entender melhor os aspectos de um jardim japonês.  É claro que não querem dizer uma coisa só, mas podem ter significados correlativos ao mesmo tempo. Um princípio está ligado ao outro, isto é, o sentido se faz do conjunto todo. Princípios como Assimetria, Simplicidade, Maturidade, Naturalidade, Sugestivo (sutilmente profundo), Transcendência do convencional e Serenidade, formam a filosofia Zen que irá nortear os projetos de jardins japoneses.

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