Jardins públicos e particulares de Aracajú

Trab. didático da aluna:  Estela Rossetto - Bióloga com mestrado e doutorado pela Unicamp (SP) - curso: Paisagismo. 

Árvore símbolo de Aracajú,  o cajueiro possui uma copa larga, que proporciona boa sombra. Seus galhos são um convite às brincadeiras das crianças e é ideal para quintais e jardins de tamanho mediano ou grande. 

Atualmente a estruturação das áreas verdes urbanas de Aracaju têm mostrado sinais de alguma mudança. Em algumas praças pode-se observar a utilização de espécies nativas em maior quantidade e variedade em seus canteiros.

A forração principal é de grama-inglesa. A condição de meia-sombra á dada pela influência das copas das árvores localizadas na periferia.
Em primeiro plano, bordadura de pseudoerântemo-chocolate (Pseuderanthemum alatum (Nees) Radlk., Acanthaceae), uma forração exótica, apropriada para meia-sombra. 

Em torno da base do tronco dessa árvore observa-se uma jibóia (Epipremnum pinnatum (L.) Engl., Araceae), semi-herbácea ascendente e vigorosa, exótica e bastante eclética quanto à luminosidade, uma vez que cresce bem da sombra ao pleno-sol.

O conjunto ondulado apresenta pseudoerântemo-chocolate como primeira bordadura, seguido de uma faixa de altura um pouco maior formada por falso-café-de-salão (Aglaonema crispum (Pitcher & Manda) Nicolson, Araceae), exótica, mas típica de regiões tropicais, seguida de cordilines, também chamados de dracenas-vermelhas (Cordyline terminalis (L.) Kunth, Liliaceae), outra exótica mesófita bastante eclética em termos de luminosidade. Ao fundo deste conjunto a presença de algumas palmas-bravas (Opuntia vulgaris Mill., Cactaceae).

Observe um banco de cimento ao fundo, dando as costas para o canteiro. Idealmente ele deveria estar voltado para o jardim, de forma que o visitante pudesse descansar observando a vegetação.

É possível notar que existe uma mistura de plantas pertencentes a diferentes formações vegetais em um mesmo canteiro, porém é notável e louvável a introdução de espécies nativas da região, como o mandacarú e a palma, em composições ornamentais urbanas. Mesmo assim, ainda há uma valorização de plantas exóticas sobre as nativas. Por exemplo, as forrações mais utilizadas, também como bordaduras de canteiros, são a ixora e o pingo de ouro (Peristrophe angustifolia Nees, Acanthaceae).

Este jardim prevê a circulação intensa de pessoas na área forrada com grama-inglesa (Stenotaphrum secundatum (Walter) Kuntze, Poaceae), que apesar de resistente à maresia, não é muito resistente ao pisoteio constante. A solução foi prática e graciosa, sendo pouco comum em jardins públicos: foi feito um caminho ondulado com dormentes de madeira. As árvores e canteiros apresentam bordadura formada por pingo-de-ouro (Peristrophe angustifolia Nees, Acanthaceae), uma exótica resistente à insolação. Do lado direito o canteiro é composto por um grupo de dracenas-de-madagascar (Dracaena marginata hort. var. tricolor, Liliaceae) e do lado esquerdo por um grupo de cordilines, formando um interessante jogo de cores.
O uso de materiais alternativos aos comumente utilizados em áreas verdes públicas é notável. É possível encontrar caminhos feitos de dormentes, por exemplo, em praças públicas, o que lhes confere um charme todo especial. De modo geral, a arborização urbana em Aracaju ainda é pobre, tanto em área ocupada quanto em diversidade de espécies e principalmente quanto ao uso de espécies nativas com potencial ornamental.

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