Divertido, alegre e freqüentemente
confundido com o brega, coisa de mau gosto, ou de pessoas que não têm um
senso refinado de estética ou conhecimento de arte... Tudo puro engano,
preconceito claro de quem realmente não tem todo esse entendimento
artístico que faz questão em demonstrar.
Aqui você vai entender de uma vez por todas, que o Kitsch resulta de
iniciativas espontâneas de pessoas que não se sentem compromissadas com
uma convenção estética estabelecida, por um grupo privilegiado que se
achou no direito de estabelecer o que é certo ou errado, e o que é belo ou
horrível. |
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Relógio em
forma de pão,
Kitsch
autêntico. | |
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Base do abajur em forma
de abacaxi. | |
Você vai se divertir também em descobrir que quase sempre temos
algo kitsch em casa e que isso não é nenhum pecado ou crime contra a
cultura. O Kitsch é mais natural do que se pensa, e é claro que
existem pessoas com um maior ou menor grau de propensão para essa
tendência. Você até pode achar brega mas isso não tem uma
relação vinculada ao conceito do Kitsch. Um objeto pode ser
considerado de mau gosto e não ser Kitsch e
vice-versa.
“O Kitsch pode ser considerado um
fenômeno universal e atemporal, jamais coincidindo exatamente com um
estilo artístico definido, e sim constituindo uma atitude que
apareceria intimamente relacionada a certos estilos”. (Dinah
Guimaraens e Lauro Cavalcanti – Arquitetura Kitsch suburbana e
rural). Definir o Kitsch requer um senso de
desprendimento das nossas idéias pré-concebidas acerca da arte e de
convenções estéticas. Trata-se de tarefa realmente complexa para
aqueles que rotularam a produção artística dentro de convenções bem
definidas, e que não se permitem a maleabilidade necessária para
avaliar resultados estéticos diferentes daqueles que contém em sua
“caderneta
cultural”. | |
Iremos neste trabalho, fazer uma abordagem o mais clara possível sobre o
assunto, procurando enumerar os pontos que irão identificar o
comportamento Kitsch. A tradução do Kitsch é confusa e não tem
uma definição muito correta. Poderíamos dizer que é na Alemanha onde o
termo kitsch possui uma tradução e também uma definição mais precisa. Ao
contrário dos outros países que encaram o kitsch com certa ironia e
interpretações jocosas, na Alemanha ele está incorporado a cultura e aos
costumes do povo, sendo aceito e identificado com mais naturalidade do que
em outros lugares. A palavra poderia ser proveniente dos verbos alemães
kitschen ou verkitschen:
Kitschen = “tirar a lama
da rua” ou “reformar móveis para parecerem antigos”. Verkitschen =
“vender barato” ou também, “trapacear”, “enganar”, “vender alguma coisa no
lugar do que havia sido combinado”.
Na verdade o
termo kitsch é intraduzível, mas há alguns significados em vários idiomas,
nos quais se poderia fazer uma associação em busca da tradução dessa
palavra. Além da Alemanha, há palavras similares no Russo, no polonês e
também é possível que a palavra seja oriunda do termo sketch em inglês,
que significa esboço. |
Embora a atitude Kitsch
exista desde sempre na história da humanidade, a referência ao termo
Kitsch data do costume
estabelecido por turistas norte-americanos, em pedir que artesãos
europeus fizessem réplicas de obras de arte, consideradas muito
caras no período da segunda metade do século XIX.
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Insetos
ou animais artificiais. | |
Com uma definição bem complexa e uma tradução
não menos difícil, o Kitsch pode ser resultado das aspirações de uma
classe média em constante ascensão e sem compromissos estéticos
pré-estabelecidos. A convenção
estética estabelecida por um grupo “iniciado” nas artes e no bom
gosto, não passa de |
convenção, como o próprio nome diz. Confundir o Kitsch com o
brega ou cafona constitui erro grosseiro e que demonstra não só
falta de informação de quem o faz, como indício de
preconceitos graves já enraizados. Para começar a
definir o Kitsch, dividimos o assunto em vários itens, onde cada um
por si só já define um objeto dentro dessa atitude.
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1)- Cópia de
obras de arte já reconhecidas |
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Seja em
tamanho
normal ou em reduções. Exemplo: cópia reprográfica de quadros como a Monalisa de
Leonardo da Vinci, os girassóis de Van Gogh, etc, emolduradas e
colocadas na parede de sua sala. Todo tipo de obra reproduzida está
inserido nesta categoria, assim como as miniaturas.
Na década de 60 era comum que casas no subúrbio do
Rio de Janeiro, tivessem em sua fachada uma miniatura da fachada do
Palácio da Alvorada em Brasília. Elemento esse que era característico e
simbolizava a Arquitetura moderna brasileira naquele momento.
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Ornamento com base
na arquitetura do Palácio da Alvorada, em prédio de bairro
paulista. |
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A utilização da Torre Eiffel de Paris seja para sustentar uma
antena no quintal ou até mesmo como objeto decorativo sobre a
escrivaninha, é outro exemplo do Kitsch nessa categoria.
As cópias são
realizadas com mais desprendimento por uma classe que deseja e já
reconhece os valores de obras de arte, diante das quais se sensibiliza. A
reprodução soa quase como uma homenagem e o desejo de aproximar-se de tal
verdade artística, tão naturalmente concebida. A espontaneidade é a tônica
do kitsch, e já que não há um comprometimento com certas convenções, então
o importante é ser feliz... |
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Torre
Eiffel feita em arame. Réplica miniaturizada da torre de
Paris. |
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Estátua da Liberdade
a frente das lojas
Havan em Curitiba. |
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2)- Cópia
de elementos da natureza |
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Seja
de origem
vegetal ou animal.
Exemplos:
Flores artificiais (sejam feias ou bonitas, bregas ou não),
principalmente aquelas que têm gotinhas de orvalho, sugerindo ainda mais uma
situação de cópia da natureza.
Você pode até gostar de algumas, mas isso não quer dizer que não sejam
kitsch. Lembre-se: o Kitsch tem lá suas definições bem complexas, mas uma
coisa fica clara desde o início: Kitsch não quer dizer brega.
Aqui temos dois exemplos de flores
artificiais, a da esquerda é feita em resina com estrutura em arame,
constituindo artesanato interessante. Já a da esquerda é uma bola de vidro
com uma rosa vermelha em seu interior. Ambas são igualmente Kitsch
independente se a moda diz o que está certo ou errado, o que é bonito ou
feio, o que é correto ou ridículo. |
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Bola de
cristal com flor de plástico. |
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Animais
artificiais
são kitsch quanto mais haja interesse em que pareçam naturais. Inseridos num
jardim, onde deveria haver animal de verdade, há exemplares de metal,
concreto, pedra, etc criando uma atmosfera que simula o natural, mas na
verdade é falsa, cenográfica e irreal.
As garças dão um ar bucólico ao jardim à beira do laguinho. Já a presença de
uma vaca simulada por uma cabeça por trás de uma cerca viva, sugere um ar
rural que na verdade é totalmente falso.
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Ao lado, igualmente falso é o passarinho pousado no tronco também
artificial. Uma sugestão bem kitsch, do que ocorre na natureza de forma
espontânea, mas que se procura imitar, confundindo o observador distraído. É
como a criação de um cenário, transitório, insólito e fantasioso. |
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Garças
artificiais no jardim. |
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Cabeça
de vaca. |
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